sábado, 25 de setembro de 2010

A política em Portugal é cada vez mais arrepiante e sinuosa

Depois de o PSD ter incluído numa das primeiras versões do ante-projecto de revisão Constitucional a figura da moção de censura construtiva, a qual foi prontamente atacada pelo PS e, devido a isso, retirada na versão final do ante projecto por via das pressões do PS e do Conselho Nacional do PSD (órgão inútil que tanto vota numa coisa como no seu inverso), agora é o próprio PS que vem apresentar a mesma figura da Moção de Censura Construtiva na sua primeira versão da Proposta de Revisão Constitucional, a qual já foi atacada pelo PSD.


Posto isto, se bem que só me apetece soltar uma gargalhada, só me resta mesmo perguntar: Mas andam todos a brincar connosco? Mas será que ainda resta aos maiores partidos portugueses algum resquício de coerência ideológica, ética, programática, enfim de responsabilidade?

Que vergonha, que vergonha que aqueles que supostamente nos deveriam representar e servir de exemplo se pautam por um linha de acção marcada por uma ausência total de vergonha, de sentido de estado, e ao invés se comportem como meninos birrentos a lutar por um brinquedo (que neste caso é o Estado, e em última análise, todos nós).

Convém ainda referir que esta polémica figura da Moção de Censura Construtiva era de facto a única que merecia ser incluída no novo projecto de revisão constitucional, pois parece que esta será a única forma de se obrigar os partidos portugueses a abandonarem o seu gosto pela destruição e a portarem-se como instituições credíveis e responsáveis, capazes de entre si, construírem os consensos necessários para um melhor desenvolvimento do País.

Tal como acontece com as crianças mimadas, também os nossos maiores partidos se acham donas do país e do Estado, sentimento criado e fortalecido por sucessivos governos de maioria absoluta. Temos, então, que lhes mostrar que o caminho passa pelo diálogo, pela construção de consensos, e, se for necessário, pela criação de governos pluri-partidários, e não por uma postura de crítica constante e errática.

Temos então que nunca mais atribuir nenhuma maioria absoluta em Portugal, porque tal não é vital para a estabilidade política (como os partidos apregoam), e como exemplo temos os países mais desenvolvidos do mundo (Noruega, Suécia, Finlândia, Holanda, suíça, etc.), mas sim absolutamente necessário para a mudança de paradigma político em Portugal.

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